segunda-feira, 30 de junho de 2008

BEM VINDOS AO INFERNO


The Cramps, minha banda favorita assim como a Helena Ignez é minha atriz favorita. É um amor corrosivo. Então nesta madrugada descobri vários pôsters perdidos num site de fãs da banda. Quando ouvi The Cramps pela primeira vez pensei: este é o meu tipo de música, psychobilly. Um gênero com uma personalidade fortíssima, influenciado pela surf music, o punk, o rockabilly e o blues. Quem mais faria uma apresentação gratuita num hospício, em 1978? A apresentação do Cramps no California State Mental Hospital, em Napa, foi gravada com uma Sony Portapak, o que quer que isso signifique. O que significa alguma coisa é o fato dos malucos estarem ouvindo The Cramps, bad music for bad people, perversão, horror e delírio no instituto charcot de Napa Valley.
Democracia pura no microfone, todo mundo babando sem censura. Hierarquia zero. Quem fez o registro foi o coletivo Target Video, de São Francisco, que naquela época gravou os shows mais marcantes do punk rock e do hardcore, como Dead Kennedys, Black Flag, Devo e Iggy Pop.



The Cramps é moda e comportamento também. Dos lobisomens, diabos e garotas malvadas e selvagens dos filmes B e de horror saíram as roupas de couro, as calças justas e os maiôs de onça da incrível guitarrista e vixen Poison Ivy, a ruiva sinistra que posava com uma metralhadora. Lux Interior, o vocalista, fazia questão de usar maquiagem, como todo frontman já contaminado pela culturam glam e andrógena. Mesmo assim, era macho o suficiente para que sua garota fosse suficientemente malvada e sexy. E que, de preferência, adorasse cuspir e dirigir em alta velocidade.




Este SITE tem a discografia da banda. Entra pra ver as capas e o nome das músicas..

quinta-feira, 26 de junho de 2008

sábado, 14 de junho de 2008

Nesta Roupa Há um Corpo


Que a moda precisa de frescor, todo mundo sabe. De inquietação e espírito, alguns duvidam. Não importa. Os inquietos estão por aí, espalhando pelo mundo seu jeito único de ser. Se você tiver a sorte de topar um por aí, não desperdice a chance de pelo menos prestar atenção. Eles sempre têm algo a dizer.

Na moda, vale dar uma conferida no frescor e na personalidade da Rödel Latin America, a marca de Porto Alegre cuja produção transcende até mesmo a própria moda.

Baseada em vestidos, pelerines, casacos e suéteres de crochê de veludo, linho e malharia, a trajetória da grife é uma improvável e incrível releitura da moda nos anos 60, como nas revistas Vogue, Burda e Agulha de Ouro. A anatomia da roupa é corajosa, meio Brigite Bardot, meio Björk. As cores são exclusivas da geografia gaúcha, ainda pouco explorada pelo sudeste.


O cinema, a psicanálise, o meio ambiente, a literatura, a música e a fotografia são muito importantes no lifestyle de seus criadores, Helen Rödel e Guilherme Thoferhn, que incluem todos estes itens na concepção das coleções. Nesta alquimia entram também o lado contemplativo e hedonista de ambos, que quase todo final de semana fogem para a cidade rural de Lajeado para reencontrar amigos, fotografar e se reconectarem com o bucolismo.

Com a alma alimentada, retornam para Porto Alegre e voltam ao trabalho e as pesquisas. Até criaram um divertido blog, no site da marca, para compartilhar as informações que eles tiram do buraco negro que é a internet. Todo este saco de gatos, com um alto nível de informação e coisas interessantes, também é ferramenta para pensar a coleção.



A última coleção da Rödel LA, "Reality is Forbidden", foi baseada na ficção que eles mesmos inventaram:

"Uma bela região do planeta é atingida por um fenômeno cósmico desconhecido. A Zona, como ficou conhecida por todos, é isolada e sua entrada é terminantemente proibida pelas autoridades, as quais não permitem nem mesmo o ingresso das forças armadas devido ao medo das misteriosas características do local. No entanto, diz-se que a pessoa que lá estiver poderá realizar seus desejos por meio do confronto com sua verdade.

A estilista Helen Rödel, acompanhada do escritor Ismael Caneppele, em perseverante busca entrou na Zona a fim de fazer valer todos os desejos e proibir a realidade. A coleção Reality is Forbidden, é composta de peças preparadas para o ingresso e vida na Zona, onde alguns pequenos instantes foram capturados para a realização do editorial fotográfico.

Aos veludos, linhos, crochets, suéteres de malharia retilínea com jacquards de design egípcio, algodão e lã foram aplicados os estudos das cores que tornariam possível a estada. Do marrom, a constância e a humildade, dos azuis, a compreensão e a projeção para o infinito, do amarelo a leveza e a expansão da força, do verde a imortalidade, do branco, o silêncio absoluto e a pureza imaculada, do vermelho, o princípio da vida, do violeta, a temperança, do cinza, o equilíbrio mecânico da ausência e da complitude e do preto, o desapego da vaidade."

Drama!

www.rodel-la.com

Matéria publicada no site do SPFW

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Xico Sá: "Todo Homem Deveria tomar um Chifre"



Xico Sá, 'o terror das mulheres'. O escritor que cativa fêmeas e machos com sua escrita passional e barroca está mais uma vez apaixonado. Passional MC.


Xico, como anda seu namoro?

Ah, tá sensacional!

Você gosta de namorar?

Passei a maior parte da minha vida em relacionamentos e adoro uma boemia a dois! Sair pra rua, cair na pista…

Seu amor é do tipo meloso?
Todo amor é um pouco ridículo, com aquele pé na lama do brega. É uma merda tentar se controlar, impõe um puta castigo pro outro. Não tem que ter medo de amar profundamente, que nem naquelas canções do Roberto. Meu estilo é amante a moda antiga, de mandar flores.
Mas tenho visto as mulheres de hoje em dia e elas estão menos românticas, tenho até amigos que reclamam. Não é o caso da minha, ainda bem. Sou total a favor do "Passionais MC's".

E a traição? Você acha o fim do mundo?
Traição é a única coisa que pega no homem, por causa do ego do macho. É uma eterna gincana com os outros homens, um verdadeiro faroeste. Mas acho que todo homem devia tomar um chifre pra evoluir. O chifre é essencial pro cara ficar mais humano. Porque homem é muito imaturo! Como dizia Nelson Rodrigues: o homem de vinte e poucos anos não sabe nem falar bom dia para uma mulher!

Qual seria o filme da sua vida amorosa?
Quando eu era metido a cult achava que seria algum do Jim Jarmusch. Hoje em dia, Almodóvar. Muito bolero, flamenco, cha cha cha, latinidade, tudo colorido ao extremo, mais rasgado.

E como vai ser sua comemoração de Dia dos Namorados?

Nós dois trabalhamos muito e não sei que horas vamos conseguir nos encontrar, mas posso te dizer, com certeza, que não vou pegar fila em restaurante. Pra falar a verdade, já estou comemorando o Dia dos Namorados há uma semana e esse último domingo acho que foi o dia mais incrível do universo. De jogação, de comoção e dos dois se olharem e sentirem que tá rolando algo muito forte. Estamos juntos há alguns meses, mas deu aquela sensação, citando o projeto do Juscelino Kubitschek, de "50 anos em 5".

Entrevista dada a Carol Ramos para o REPIQUE

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Com um bebê na mala






Estou escrevendo para o blog Repique e este é o link da matéria que fiz sobre minha amiga Ana Paula, fotógrafa, que fez uma viagem maravilhosa com o marido e o filho recém-nascido pela América do Sul: Chile, Peru, Bolivia, Colômbia, Venezuela, Argentina...

Eles fizeram um flicker e um blog lindos, contando a experiência.

Segue o link da matéria:

http://repique.blog.terra.com.br/viagem_de_aventura_com_filho_pequeno#comments

terça-feira, 3 de junho de 2008

LOCOMOTIVA





Alice Dellal, sempre adorei o estilo meio grunge e o cabelo Jerry Hall punk dela.
Ela é a nova garota propaganda da Agent Provocateur. Sai pra lá Kate Moss! A gente quer algo fresh!

Segue um vídeo de uma campanha que ela fez para a marca de lingeries inglesa Pussy Glamore.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

nao preciso de nada baby, so de voce

Estou terminando de ler Máquina de Pinball, da Clarah Averbuck. Baixei o livro pelo site da Conrad, pois tinha visto o filme Nome Próprio, baseado nele, e fiquei curiosa. Assisti o filme de ressaca e TPM, em março, e foi bem, digamos, intenso. Quase bati o carro saindo da cabine pra jornalistas. Gostei muito.
Achei o livro muito diferente e to gostando também. E essa parte é ótima. A tal paixão.

"Quando acordei e olhei pra ele, acendeu uma luzinha que eu achava estar queimada. Vai ver era só mau contato. Plim. Eu sorria como uma Barbie. Não fumei nenhum cigarro, não tomei nenhuma bola. Almocei salada. Meu computador travou 34 vezes, o ventilador estragou, a internet estava lenta e eu estava com o torcicolo do mal. E a luzinha lá, firme. Não preciso de comida, não preciso emagrecer, não preciso de dinheiro, nem de cigarro, nem de vódega, nem de anfetaminas. Não preciso trabalhar nem pagar o aluguel nem a luz nem a água nem o Speedy. Não preciso de lentes novas, amaciante, margarina ou um corte
de cabelo. Eu preciso dele."