James Pants, na verdade, chama-se James Singleton. E tem uma boa história ‘de artista que quer entrar num selo’: um belo dia, saindo de sua formatura, foi ver o DJ Peanut Butter Wolf tocar. E, com uma abordagem que não poderia ser mais eficaz, ofereceu-se para mostrar a Peanut as lojas de disco da cidade – a pequena Spokane, em Washington. O resto é lenga-lenga e o que interessa é que, a partir disso, ele assinou com o selo Stones Throw, lançando seu primeiro álbum, "Welcome" - resultado de uma pesquisa musical bastante influenciada pelo insólito e genial Bruce Haak, pioneiro do electro-pop.
Adepto – para não dizer bitolado – dos sintetizadores, Pants conseguiu captar a essência de diferentes gêneros musicais e combiná-los muito bem num disco que soa oldschool: beats 80's, sonoridades new wave e rap, resultando num verdadeiro "fresh beat".
Vamos a ele:
Você é a nova aposta da Stones Throw, conhecida como um selo de artistas de hip hop, como Madlib e Peanut Butter Wolf. Porque você acha que sua música despertou o interesse deles?
É verdade, a Stones Throw lança muitos artistas de rap, mas também coisas mais esquisitas e experimentais, e acho que minha música se encaixa nesta categoria.
Ouvi mesmo dizer que você gosta de músicas esquisitas. O que você tem escutado?
Cheguei num ponto em que ouço praticamente tudo, desde que tenha um bom ritmo e alguns elementos estranhos. Artistas que realmente curto são Silver Apples, Madlib e Bruce Haack e selos Prelude Records, 25 West Records, Macola. Já é um bom começo…
Numa entrevista recente para a revista XLR8R, você cita seu sintetizador, um Roland JX-3P, comprado numa loja de segunda mão na sua cidade natal, Spokane. O que mais é bacana por lá e de alguma forma contribuiu para a sua música?
Não diria que minha cidade é necessariamente um lugar "cool", mas eu adoro morar lá. A cena de brechós e lojas de segunda mão está realmente acontecendo e você pode encontrar todo tipo de coisa, como teclados, baterias, cascas de tartaruga e medalhas de bronze. Além do que, é uma cidade muito barata para se viver. Dá para ter um padrão de vida bom.
Sua música já foi classificada como uma mistura de electro-boogie, new wave, pós punk e 80's soul. Qual é a sua definição?
Qual seria a mistura? Que tal bateria, barulho, alguns teclados, tiros e tamborins?
Parece divertido. E quais são seus próximos projetos? Vi no seu Myspace que você tem bastantes shows na Europa.
Tenho ensaiado bastante com a minha banda, trabalhando para que nossas apresentações sejam estranhas o suficiente. Também comecei a gravar meu segundo disco, recentemente. Um dark-gospel, talvez.
Para conhecer mais: www.myspace.com/jamespants
Matéria publicada no REPIQUE
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