Dentre os milhares de artistas que apoiam Obama está Dan Funderburgh, que criou o pôster Census, a partir das cores e dos símbolos usadados na campanha do candidato. O pôster tem uma série numerada e é vendido pela internet por U$30. O dinheiro das vendas vai para a campanha de Obama.
Rock' N' Roll Camp for Girls. Fica em Portland, no Oregon (US AND A), que em si já vale uma visita só pela quantidade de flores, livrarias e girl bands por metro quadrado. É também lá por perto que fica a famosa praia que os Goonies vão parar quando saem daquele restaurante caverna sei lá o que. Fiquei hospedada na casa da Emily, uma das garotas mais doces que já conheci. Emily tinha uma banda e trabalhava numa loja de bicicletas. Era vegetariana e cozinhava coisas deliciosas. Tinha umas 6 bikes e saíamos pela cidade pedalando. Ela me emprestou um colchão de casal e cedeu o porão de sua casa, onde ensaiava com sua banda, para que eu fizesse meu quarto. E lá estava eu, com duas malas gigantes, vinda de uma temporada trabalhando em Park City (Utah), dormindo em meio a amplificadores, microfones, bateria, pedais... Um dia fomos até o Rock Camp, que eu já tinha ouvido falar muito desde São Paulo. O local é uma escola-acampamento, que dá cursos de verão só para meninas, crianças ou adolescentes, que querem aprender a cantar, compor e tocar instrumentos. O QG é uma graça, cheio de pôsters de cantoras - agora eu só lembro da MIA, mas tinham outras mais importantes que ela! - outras coisas fofas como esse desenho de uma bateria, na parede (foto). E além de ensinar a técnica é também um lugar para incentivar a confiança das meninas que querem fazer parte de uma cena musical dominada pelo machismo. É super feminista! Vários ícones da cultura riot girl já tocaram lá, como Sleater Kinney, Peaches e até The Gossip e as meninas do Dominatrix, banda feminista de SP. Hoje acabei achando meio sem querer o trailer de um documentário sobre o Rock Camp e me deu um flashback....um nó na garganta. Lembro que na época queria ficar lá, ser uma menina de 13 anos e poder botar toda a minha raiva, alegria e outros sentimentos tão puros pra fora. A Flávia, que ticava no Dominatrix e hoje toca no Biggs, aparece em várias cenas do filme, como na que a menina de cabelo comprido dá uns agudos .. ela é a professora, a direita. RRRRRRRRRRRRRRRRR.......
"La fascinación por el teatro entró en mi alma gracias a tres acontecimientos que marcaron profundamente mi alma infantil: participé en el entierro de un bombero, vi un ataque epiléptico y escuché cantar al príncipe chino" (Alejandro Jodorowsky em "La danza de la realidad", Siruela, 2001).
"Um homem chegado de terras longínquas, aqui plantou raízes, a compor, a tocar, a inventar instrumentos, misto de músico e escultor, de filósofo e profeta, uma das figuras mais extraordinárias da arte brasileira" Jorge Amado
Walter Smetak, músico suíço de formação clássica, chega em Salvador no final dos anos 50 para dar aula na Universidade Federal da Bahia. Ensinando violoncelo e improvisação, encontra espaço para fundar novos conceitos musicais. E assim como trouxe a libertária vanguarda européia para o cenário bahiano, foi afetado pela densa e mítica Bahia, criando as Plásticas Sonoras: esculturais instrumentos musicais feitos a partir de cabaças, madeira, cordas, tubos de PVC, latas e outros materiais. “Me interessa muito mais o mistério dos sons que o da música. Tenho procurado diferenciar claramente o fazer som, um meio de despertar novas faculdades da percepção mental, e o fazer música, apenas um acalento para velhas faculdades da consciência.”, justificou, certa vez, o músico de forte inclinação mítico-esóterica, que também escreveu peças, livros e artigos. As fascinantes Plásticas Sonoras estão em exposição no MAM até 21/12. São cem peças criadas pela mente lúcida delirante de Smetak, que acreditava que as artes, a música, a literatura são intermediários para estados de consciência superior. “Creio que só a loucura poderá salvar o homem, a loucura santa.”
Pensar, sentir, agir. E encarar o espelho depois. Não importa se você fez bobagem ou não. Sejamos humanos. Inocente, culpado ou faminto, se você gosta do que vê no espelho, sua vida não é um passeio daltônico pela rua, naquela incerteza, naquela certeza de que existem outras cores, outro jeito certo e quentinho de sentir. Ser bonito é ser lindo e fosforescente. E é também um estado de espírito. O sujeito anda sorridente e auto-confiante pela rua, faz amizades, segura o elevador, pergunta o andar. A mocinha cheira bem, mas sem exageiros, e percebe o mundo ao seu redor. Olha nos olhos, sorri. Não é feio ser bonito. E você nunca se sentiu tão bonito (a), por tudo que você é e ainda vai ser. Ah, o poder do belo! Tanto faz se você é ou apenas se sente belo. Beleza gera harmonia, que gera gentileza. Transforme o mundo com a sua.
* dedico este texto a minha avó Helena que passou a manhã comigo hoje, fazendo feira e ajudando a preparar o primeiro peixe que fiz na vida. Ela é a mais linda, a mais combinando o brinco com o colar. Não vive sem batom nem pra dormir, pois pode encontrar meu avô no sonho e ai? Sem batom não dá! Além de tudo, ela é a mais cativante.
