segunda-feira, 20 de outubro de 2008

AS CEM CABAÇAS DE SMETAK


"Um homem chegado de terras longínquas, aqui plantou raízes, a compor, a tocar, a inventar instrumentos, misto de músico e escultor, de filósofo e profeta, uma das figuras mais extraordinárias da arte brasileira" Jorge Amado

Walter Smetak, músico suíço de formação clássica, chega em Salvador no final dos anos 50 para dar aula na Universidade Federal da Bahia. Ensinando violoncelo e improvisação, encontra espaço para fundar novos conceitos musicais. E assim como trouxe a libertária vanguarda européia para o cenário bahiano, foi afetado pela densa e mítica Bahia, criando as Plásticas Sonoras: esculturais instrumentos musicais feitos a partir de cabaças, madeira, cordas, tubos de PVC, latas e outros materiais. “Me interessa muito mais o mistério dos sons que o da música. Tenho procurado diferenciar claramente o fazer som, um meio de despertar novas faculdades da percepção mental, e o fazer música, apenas um acalento para velhas faculdades da consciência.”, justificou, certa vez, o músico de forte inclinação mítico-esóterica, que também escreveu peças, livros e artigos. As fascinantes Plásticas Sonoras estão em exposição no MAM até 21/12. São cem peças criadas pela mente lúcida delirante de Smetak, que acreditava que as artes, a música, a literatura são intermediários para estados de consciência superior. “Creio que só a loucura poderá salvar o homem, a loucura santa.”

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